“A eficácia do laser no tratamento da dor já havia sido observada clinicamente, mas nosso trabalho foi pioneiro no esclarecimento dos mecanismos de ação da modulação da dor devido à interação de luz laser com neurônios”, diz Sousa. O uso da fototerapia com laser é um complemento ao uso de medicamentos para dor, principalmente para a dor crônica, já que esses remédios podem perder o efeito depois de algum tempo de uso. “Não existe um processo adaptativo para as terapias físicas, o paciente não vai criar resistência a elas”, diz.
Pesquisa – Para entender a ação do laser terapêutico contra a dor, foi estudada a região do córtex somestésico primário de camundongos - área do cérebro em que todas as informações sobre dor, em humanos e em animais, são interpretadas. Para fins comparativos, essa região do cérebro está para a terapia com laser do mesmo modo que a orelha está para a acupuntura – ou seja, reúne pontos que têm reflexo em todo o corpo. Quando a terapia a laser é aplicada nessa área, ela pode tratar a dor em qualquer parte do corpo.
Ao aplicar feixes de laser nessa região do cérebro, o pesquisador do Instituto de Física descobriu, então, que ele agia bloqueando a transmissão de impulsos elétricos entre os neurônios, reduzindo a propagação da dor. “Essa é uma técnica que deveria ser difundida e muito usada, porque só traz benefícios ao paciente”, diz Sousa.
Os resultados mostram ainda que após a terapia com laser, a sensação da dor foi reduzida em quatro vezes e o efeito anestésico demorou seis horas para passar. Além disso, não foram identificados marcadores de inflamação e queimadura – o que indica ausência de efeitos colaterais.
Atualmente, o custo para aquisição de um equipamento de terapia a laser de baixa intensidade é de cerca de R$ 8 mil. No entanto, o pesquisador Marcelo Sousa já está trabalhando no desenvolvimento de um equipamento ainda mais acessível. fonte https://portal.if.usp.br/imprensa/pt-br/node/389
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